terça-feira, 27 de julho de 2010

As colonizações africanas

A história da colonização da África encontra-se documentada desde que os fenícios começaram a estabelecer colônias na costa africana do Mediterrâneo, por volta do século X a.C.. Seguiram-se os gregos a partir do século VIII a.C., os romanos no século II a.C., os vândalos, que tomaram algumas colônias romanas já no século V da nossa era, seguidos pelo império bizantino, no século seguinte, os árabes, no século VII e, finalmente, os estados modernos da Europa, a partir do século XIV.

A colonização fenícia

A Fenícia foi um antigo reino cujo centro se situava na planície costeira do que é hoje o Líbano, no Mediterrâneo oriental. Esta civilização desenvolveu-se entre os séculos X e V a.C., estabelecendo colônias em todo o norte de África. Uma das colônias fenícias mais importantes desta região foi Cartago.

A colonização grega

A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, formando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África, principalmente no Egito, e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias, palavra que pode ser traduzida por "nova casa".

A colonização romana

Em 146 a.C. Cartago foi destruída por Roma no que se pode considerar a implantação daquele império no Norte de África. O Império Romano dominou toda a África Mediterrânica, ou seja, a parte do norte da África e que rodeia o Mar Mediterrâneo, quando ocorreu a descolonização na áfrica.

A colonização árabe

A colonização dos árabes ocorreu durante os séculos VIII e IX e abrangeu todas as terras que formam o Deserto do Saara e grande parte da África Ocidental e a zona costeira da África Oriental.

Omã

Durante o século XVIII o Omã estabeleceu várias colônias ultramarinas, dentre as quais estão o Baluchistão (atual Paquistão), as Comores, Moçambique, Madagascar, Tanzania (a ilha de Zanzibar foi capital de Omã entre 1841 e 1890 e a cidade de Dar es Salaam foi fundada pelo sultão de Zanzibar), a costa da Somália alguns territórios na Índia. Porém, com o declínio do sultanato, tais colônias foram perdidas quando, em 1891 o sultanato vira protetorado britânico.

A colonização recente da África

Pode dizer-se que a colonização recente da África iniciou-se com os descobrimentos e com a ocupação das Ilhas Canárias pelos portugueses, no princípio do século XIV.




Processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências européias. Tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima européia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.

No século XIV, exploradores europeus chegaram a África. Através de trocas com alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de africanos e de os exportar para vários pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a escravidão.

No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. As potências européias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas colônias. Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália.

A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas para a ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da África, propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras potências. Os únicos países africanos que não foram colônias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da América. No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas. No fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus foram até a África em busca das riquezas presentes no continente. Esses países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os seguintes países dividiram a África e "formaram" países africanos existentes ainda hoje.

A colonização portuguesa

A colonização portuguesa de África foi o resultado dos descobrimentos e começou com a ocupação das Ilhas Canárias ainda no princípio do século XIV. A primeira ocupação violenta dos portugueses em África foi a conquista de Ceuta em 1415. Mas a verdadeira "descoberta" de África iniciou-se um pouco mais tarde, mas ainda no século XV.
Em 1444, Dinis Dias descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se prolongou até ao século XIX.
Durante a segunda metade do século XV os portugueses foram estabelecendo feitorias nos portos do litoral oeste africano. No virar do século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, abrindo as portas para a colonização da costa oriental da África pelos europeus.
A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos. Portugal e Espanha conservam antigas colônias. Os portugueses continuam com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

A colonização francesa

Na África, foi no Senegal que os franceses primeiro estabeleceram entrepostos em 1624, mas não formaram verdadeiras colônias até ao século XIX, limitando-se a traficar escravos para as suas colônias nas Caraíbas. No Oceano Índico, os franceses colonizaram a Île de Bourbon (actual Reunião), em 1664, Île Royale (atualmente Maurícia), em 1718 e as Seychelles, em 1756. Durante o reinado de Napoleão, o Egipto foi também conquistado por um breve período, mas a dominação francesa nunca se estendeu para além da área imediatamente à volta do Nilo.
O verdadeiro interesse da França por África manifestou-se em 1830 com a invasão da Argélia e o estabelecimento de um protetorado na Tunísia, em 1881. Entretanto, expandiram-se para o interior e para sul, formando, em 1880, a colónia do Sudão Francês (actual Mali) e, nos anos que se seguiram ocupando a grande parte do Norte de África e da África ocidental e central. Em 1912, os franceses obrigaram o sultão de Marrocos a assinar o Tratado de Fez, tornando-se outro protetorado.

Entretanto, vários territórios africanos continuam sob administração francesa, depois de vários referendos:
· a ilha de Mayotte, nas Comores; e
· a ilha da Reunião e várias outras ilhas que dependem administrativamente deste departamento ultramarino, mas que são reclamadas por Madagáscar e Maurícia.

A colonização britânica




No final do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder naval e econômico, assumem a liderança da colonização africana. Combatem a escravatura, já menos lucrativa, direcionando o comércio africano para a exportação de ouro, marfim, tapetes e animais. Em conseqüência disso, os africanos ficam com o mercado dominado pelos interesses do Império Britânico. Para isso, os britânicos estabelecem novas colônias na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente centralizado na mão de colonos brancos ou representantes da coroa inglesa. Os ingleses estabelecem territórios coloniais em alguns países da África Ocidental, no nordeste e no sudeste e no sul também do continente.

A colonização neerlandesa

Os neerlandeses estabeleceram-se na litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 1652 e dominaram o que antes de 1994 era a província do Cabo. Desenvolvem na região uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde, os bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra dos Bôeres.

A colonização belga

Os Belgas ficam com o Congo Belga (ex-Zaire), atual República Democrática do Congo.

A colonização espanhola

Os Espanhóis ficam com a Guiné Equatorial, o Saara Espanhol e o norte do atual Marrocos.

A colonização italiana

Os Italianos conquistaram a Líbia, a Eritreia e a região autónoma da Somália; a Somalilândia ou Somália Italiana.

A colonização alemã

Como tiveram uma participação tardia na corrida da colonização, ganharam as regiões correspondentes aos atuais Togo, Camarões, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Namíbia. Ao contrário do que as pessoas acham, a colonização alemã na África foi mais leve que as demais. Um dos principais motivos disto foi que ao contrário dos ingleses eles não colocaram tribos rivais para guerrear contra elas mesmas apoiando só um lado e destruindo a outra.

O início da descolonização da África

Esta ocupação prosseguiu até ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando todos os estados coloniais foram obtendo gradualmente a independência formal e por meio dos movimentos de libertação nacional, num processo que se chamou descolonização. Hoje, existem no continente mais de 50 países independentes, todos mantendo as fronteiras traçadas pelo colonialismo europeu, o que denota o quanto a interferência européia se mantém até os dias atuais. Após a Segunda Guerra Mundial ocorrem movimentos de libertação nacional, em que muitas manifestações foram reprimidas com violência pelos colonizadores mas, sendo assim, o processo de independência das colônias européias do continente africano verificou-se irreversível.

Fonte: Wikipédia

África berço da humanidade

A cultura humana nasceu muito antes do que imaginávamos. E na África – não na Europa, como pensavam os estudiosos. Há 77 mil anos, os ancestrais do homem já eram capazes de fazer arte e pensar de forma abstrata. Prova disso são duas barras de argila colorida com desenhos geométricos encontradas no sítio arqueológico de Blombos, a 290 quilômetros da Cidade do Cabo, na África do Sul, em 2004. As descobertas foram feitas pela equipe do antropólogo americano Christopher Henshilwood, da Universidade de Nova York. “A presença de objetos entalhados de gravuras significa que as habilidades de aprendizagem e a capacidade para o pensamento abstrato estavam presentes entre aqueles homens”, diz. “Essa aptidão para o armazenamento de informações fora do cérebro humano é entendida como cultura, como inteligência.”

Os novos achados refutam a teoria de que o despertar da cultura humana teria ocorrido na Europa, conforme sugeriam pinturas rupestres encontradas em grutas na França, em lugares como Lascaux (a descoberta foi em 1940), Chauvet (em 1994) e Cussac (em 2004), além de Altamira, na Espanha (ocorrida em 1868) – todos esses desenhos encontrados na Europa não têm mais do que 35 mil anos. “Isso indica que o povo africano, de quem nós todos descendemos, era moderno em suas atitudes muito antes de eles chegarem à Europa e substituírem os neandertais”, afirma Henshilwood.

Jóia é sinal de cultura


Jóias descobertas na caverna em Blombos.


Stefan Gan
Fabricar jóias é um sinal de aprendizagem. Isso foi levado em conta pela equipe de Christopher Henshilwood como um dos sinais de que a África foi realmente o berço da inteligência. No mesmo sítio arqueológico de Blombos, os cientistas encontraram 41 peças que acreditam terem sido usadas como ornamentos pessoais. Elas têm 75 mil anos e eram feitas com as conchas de um molusco que habita a região, o Nassarius kraussianus.
Os objetos têm perfurações e marcas de uso. Até então, as jóias mais antigas já encontradas eram mais recentes: tinham cerca de 50 mil anos. “As conchas eram usadas como jóias, símbolos de troca e também para identificação de algum grupo específico. Isso tudo indica que, há 75 mil anos, já existiam formas de os homens se comunicarem uns com os outros”, afirma Henshilwood. “Portanto, podemos dizer que a linguagem humana já estava desenvolvida.”

Racionais

Geometria esperta

Os desenhos geométricos encontrados nas duas peças de argila em Blombos são uma série de losangos. Os pesquisadores só os consideraram manifestações de inteligência porque não são simples rabiscos, e sim símbolos de pensamento abstrato.

Conchas reveladoras

As conchas encontradas em Blombos também serviam como parte de um sistema de troca de presentes conhecido como hxaro. Se uma seca provocasse escassez em uma tribo, esse grupo mudava-se para o território de outro, onde encontrava auxílio com quem tinha estabelecido laços hxaro.

Livro velho

A corrida pelos vestígios humanos mais antigos do mundo é acirrada. O livro O Despertar da Cultura, de Richard Klein e Stanley Ambrose, recém-publicado no Brasil, já chega por aqui velho. O livro relata a descoberta pelos dois de jóias de 50 mil anos na África. Os achados em Blombos os deixaram para trás.

.:: Revista Avesturas na História

segunda-feira, 26 de julho de 2010

notícias

O livro Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais foi lançado em abril de 2006 e continua sendo referencial da questão étnico-racial. Apresenta informações sobre o ensino médio, suas propostas e projetos político-pedagógicos, a educação de jovens e adultos e pesquisas e ações desenvolvidas no âmbito das relações étnico-raciais.

Produzido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), é dirigido à implementação da Lei n.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que determina a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira nos currículos escolares. Os interessados podem fazer o download pelo link http://diversidade.mec.gov.br/sdm/publicacao/engine.wsp?tmp.area=1&t.templ=publicacao

Fonte: MEC/Secad

Palavras de origem bantu incorporadas ao português

Meu objetivo neste link, é trazer o maior número possível de palavras que foram incorporadas ao português falado no Brasil, e que muitos acreditam, sejam de origem do kimbundu, ou de linguas que pertençam ao tronco linguistico bantu.
Assim, aguardo também a colaboração de todos que possam nos ajudar com este tema, não só trazendo termos ou palavras, mas também daqueles que queiram acrescentar outras hipóteses para as origens daquilo que formos trazendo a público.
Trago portanto algumas palavras, com a definições encontradas no dicionário de português, e trazendo outras referencias encontradas em outros dicionárias, para que possamos comparar as definições, criando assim o elo, que fez com que muitos afirmassem a origem das mesmas.
Seguirão algumas observações que julgue necessárias.
Os comentários e colaborações que formos recebendo, serão acrescentados a HP, com o nome do respectivo colaborador.
Antecipadamente agradeço a todos aqueles que resolverem colocar-se ao nosso lado neste trabalho de busca.

Observação: Óscar Ribas, com frequencia preocupa-se em trazer o verbo do kimbundu do qual foi derivada a palavra na mesma língua, dando mais importância a este que ao próprio nome. Assim é, que por exemplo traz o verbo kutanda, do qual derivou-se a palavra Kitanda.

Muxoxo = Estalo com a língua e os lábios, que indica desprezo ou desdém.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Muxoxo = Som brando que se produz com a língua aderida aos dentes, para demonstrar agastamento, enfado, desdém.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Muxoxo = Chio de boca manifestando desprezo, produzido por compressão do ar na bochechas. Xoxo. bras. Tunco.
Termo kimbundu, de kuxoxa= escarnecer.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)

Marimbondo = Nome comum a certas vespas.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Marimbondo = Plural de rimbondo(vespa)(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Tanga = Espécie de avental com que certos povos primitivos cobrem o corpo desde o ventre até as coxas.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Tanga = Vestimenta. Tudo o que, em jeito de avental duplo, pendendo da cintura para as coxas, vela as nádegas e os órgãos sexuais. Pano que cingindo o ventre, descai em identica velatura. Des. Antigo pano do traje regional feminino, constituido de certo tecido grosso de duas faces, estão denominado pano-da-costa, o qual, juntamente com mais dois iguais aos do vestuário, se usava na época do frio, em função de xale-manto.
Termo kimbundu de kutangama=entroncar.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)
Tanga = Pano, capa.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Quitanda = Pequeno estabelecimento onde se vendem frutas, legumes, cereias, etc..; tabuleiro com gênero e mercadorias de vendedores ambulantes(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Kitanda = Feira, mercado.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Quitanda = Mercado, feira. Praça. Posto de venda de generos frescos. Pequena loja ou barraca de negócio. O que em maleta, tabuleiro, quinda (kinda=espécie de cesta regional angolana), se vende pelas ruas.
Termo do kimbundu de kutanda: ir para longe. Alusão a deslocação.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)

Seguem dois endereços, onde poderão ver e ler algo relativo as quitandeiras em Angola.
http://www.simonandrews.com/stamp-16953.html
http://www.fas-ang.com/amigo/AD0100/terr0100.htm

Fubá = farinha de milho ou arroz.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Fuba = fécula de mandioca.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Fuba = Farinha (ordinariamente de milho, massambala, massango, mandioca e batata doce)
Fig.- O que se apresenta pulverizado. Serradura. Bras.: Fubá. Farinha da Guiné(ref. a de milho).
A de milho chama-se de quindele; a de mandioca de bombó, ou também de cabári, conforme a preparação do tubérculo; e a de batata-doce, de candumba
Termo Kimbundu de Kufukuba: estar brando, sem consistencia. Alusão ao seu estado.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)

Farofa = Farinha de mandioca torrada, com gordura e às vezes, ovos, etc(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Falofa = Mistura de farinha com vinagre, azeite ou água.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Jiló = Fruto de sabor amargo, do jiloeiro.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Njilu = Vegetal solaneo.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Observação: Não esquecer que o N eo M antes de determinadas consoantes, tem somente a função de anasalar estas consoantes que precedem

Minhoca = nome comum a vermes terrestres.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Nhoka=cobra, víbora.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Observação= o nome "minhoca" que muitos acreditam derivar-se do kimbundu nhoka ou nioka, deve-se a semelhança dela com uma pequena cobra

Bobó = comida de origem africana: feijão mulatinho, dendê, com inhame ou aipim. *Bobó de camarão = mingau de aipim refogado com camarão, dendê e leite de coco.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Mbombo = duro, seco, ressequido. Mandioca fermentada, ou posta de molho para dela se fazer fuba.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Observação: Não esquecer que o N eo M antes de consoantes, tem somente a função de anasalar estas consoantes que precedem.
Creio que a palavra no Brasil ampliou também o seu significado, servindo para denominar estes pratos típicos.

Canjica = 1-Papa de milho verde ralado, leite, açúcar e canela. 2-Milho branco cozido e temperado com leite de coco; mungunzá.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Kanjika = Papas de milho grosso cozido. Termo do Kikongo.(Dicionário Português-Kimbundu-Kikongo-de Padre Antonio da Silva Maia).
Kanjika = Papas de milho.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Bunda = As nádegas e o ânus.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Mbunda = Trazeiro, nádegas. Saracoteio.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Observação: Não esquecer que o N eo M antes de consoantes, tem somente a função de anasalar estas consoantes que precedem
OBSERVAÇÃO: É comum vermos muitas vezes as pessoas fazendo referencias ao indivíduo bundo ou bunda, que fala a língua bunda. Porém vi algumas afirmações confusas e irresponsáveis, e a pior foi a que li na internet, dizendo que a palavra bunda introduzida em nosso vocabulário, foi devido a qualificação dada pelos tupiniquins aos individuos da tribo dos quimbundos por terem eles o traseiro avantajado, e associaram a palavra ao nome da tribo. É bom que não se confunda, uma vez que até mesmo torna-se ofensivo. Indíviduo bunda ou bundo, foi a forma empregada pelo estrangeiro para o original Mumbundu(em kimbundu), cujo plural é ambundu, e cuja língua é o kimbundu. Todos estes termos tem um radical em comum(MBUNDU), ao qual são colocados os prefixos em questão. Esse mesmo radical está presente em referencia aos individuos Imbundu(também chamados bundos pelo estrangeiro), assim denominados na língua kimbundu(O Vimbundu em umbundu), cujo singular é kimbundu(O Cimbundu em umbundu, chamados de kimbundu na língua kimbundu, sem confundirmos a língua kimbundu, com o individuo kimbundu assim denominados por eles), que falam o umbundu.

Cochilo = ato de cochilar. *Cochilar = dormir levemente, dormitar.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Kukoxila = cabecear, toscanejar. Escabecear.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

OBSERVAÇÃO: As palavras africanas que sofreram o "aportuguesamento", são introduzidas no vocabulário segundo as formações gramaticais do português. Assim Kukoxila, verbo cujo radical verbal é Koxila, entra no vocabulário originando o verbo cochilar e cochilo.

Munguzá =canjica.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Mukunzá = milho cozido.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Mugunzá 1-Iguaria de origem africana preparada com grãos de milho que se cozem inteiros em caldo açucarado com leite de coco ou, às vezes, de vaca.
Para Jacques Raimundo "é milho branco cozido em leite de coco ou de vaca". 2-Espécie de papa de milho verde, também chamada de curau (SP e MT), corá (MG e RJ) ou papa-de-milho (RJ).
Var:mucunzá e mugunzá. Sin. canjica.(Dicionário da Escravidão de Alaôr Eduardo Scisínio)

Dendê = dendezeiro. O fruto do dendezeiro.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Ndende = Fruto da palmeira.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Dendê ou Dendém = Fruto de certas variedades de palmeira.
É dele que se extrai o azeite de palma-o condimento básico da culinária tradicional de grande parte da população angolana. Cozido ou assado, o dendê come-se como petisqueira.
Sua amêndoa, designada por coconote, é igualmente saboreada.
Apotuguesamento do kimbundu Ndende. resultante de kulenda (ser maleável). Alusão a natureza do fruto.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)

Miçanga = Contas de vidro, variadas e miúdas.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Missanga = Bolinha ou canudinho de vidro, centralmente atravessado por um orifício, ordinariamente servindo de ornato.
Enfiadas numa linha ou cordão, possuem as missangas diversas aplicações, sobretudo para adorno do corpo. Embora esta prática tenha já decaido entre as mulheres mais evoluidas, as mais miúdas ainda são usadas no enfeite dos tornozelos, e rodeando a cintura, diretamente sobre o corpo, para segurar a fralda higiênica. Também figuram nos penteados femininos de numerosas tribos. Mas as maiores, especificamente funcionando de colares, ostentam-se ao peito e nos pulsos
Conquanto também ao peito, o uso de missangas miúdas é consagrado ao culto de algumas entidades espirituais, numa observação de cores e combinações. Na época de seu predomínio, as missangas maiores qualificavam-se com denominações particulares, quase sempre de caráter irônico.
Termo kimbundu, plural de musanga, resultante de ku-di-sanga(unir-se). Alusão ao ajuntamento em fiada.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)
OBSERVAÇÃO: Misanga seria o plural de Musanga em kimbundu. Aqui também deixei a escrita Missanga encontrada no original em "Ilundu" e não Miçanga como encontrada no dicionário de Português)

Quiabo = Fruto do quiabeiro, Nafé.
É de forma de uma cápsula cônica, verde, peluda, interiormente de consistencia viscosa.
Possui larga aplicação na culinária angolana, especialmente quimbundo. Constitui um alimento, ou, antes, condimento, de propriedades peitorais.
Formação Kimbundu de kuuabesa=tornar bom. Alusão ao sabor culinário.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)
OBSERVAÇÃO = Quando Óscar Ribas diz "formação do kimbundu", significa que a palavra quiabo embora em kimbundu seja definida como kingombo, esta formação "Quiabo" surgiu como a maneira de qualificarem o mesmo fruto, usando um termo do kimbundu. Em Cordeiro da Matta, também temos kiauaba=bom, sendo kuuaba, o verbo do qual se originou , que tem o significado de "ser belo, lindo, formoso, e que também tem valor de substantivo, significando beleza, bondade, formosura.

Moleque = Menino de pouca idade.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Muleke = Garoto.(Dicionário Português-Kimbundu-Kikongo-de Padre Antonio da Silva Maia).

Mocotó = Pata de bovíneo sem o casco, usada como alimento.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Mukoto = Chispe(pé de porco)(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Mukoto = Pata.(Dicionário Português-Kimbundu-Kikongo-de Padre Antonio da Silva Maia).

Mocambo = Habitação miserável.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Mukambu = Cumiêira. Caibros.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Mukambu = Pau de cumieira, pau de fibra, pau flechal.(Dicionário Português-Kimbundu-Kikongo-de Padre Antonio da Silva Maia).
Mukambu = Cumieira.(Dicionário Português-Kimbundu-Kikongo-de Padre Antonio da Silva Maia).
Mocambo = Canto, refúgio, esconderijo de escravos fugidos, na floresta; quilombo. 2-conjunto de habitações miseráveis. 3-Choça ou abrigo dos vigilantes das lavouras. (Na definição de Jcques Raimundo. "Choça que os pretos construiam nas matas, para se esconderem quando fugidos.(Dicionário da Escravidão de Alaôr Eduardo Scisínio)

OBSERVAÇÃO= provavelmente o termo inicialmente fazia referencia as habitações que, como palhotas ou tendas, eram sustentadas por um pau central( o pau da cumieira). No tempo da escravidão, provavelmente acabou ampliando o seu significado.

Gingar = Bambolear, saracotear-se.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Kujinga = passear, rodeiar, redemoinhar.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Xingar = 1-Dirigir insultos ou palavras afrontosas. 2-dizer insultos ou palavras afrontosas.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Kuxinga = injuriar, descompor.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Batuque = Qualquer das danças negras, acompanhadas por instrumentos de percussão.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Batuque = Designação genérica das danças africanas. Divertimento com acompanhamento de tambor ou de qualquer outro objeto funcionando como tal. Rancho carnavalesco, ritmizado por semelhante instrumento. O mesmo que batucada. Por extensão Tambor regional. Brasileiro-Amazonia e Rio Grande do Sul-Centro de religião africana. Modalidade do candomblé baiano ou de macumba carioca, ou do xangô pernambucano.
Fusão deturpada da expressão kimbundu " bu atuka" (=onde salta ou se pinoteia).(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)

Samba = 1-Dança cantada, de origem africana, compasso binário e acompanhamento sincopado. 2-A música desta dança.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Semba = contração de risemba=umbigada.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
OBSERVAÇÃO: Muitos acreditam que a palavra samba, originou-se do verbo Kusamba (-samba), que tem o significado de celebrar, rezar, orar, abençoar. Porém não acredito que o "nosso" samba tenha originado-se de qualquer dança ligada a celebrações de caráter divino

Curinga = Carta de baralho que, em certos jogos, muda de valor e de colocação na sequencia.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Kuringa = Matar, negar, fingir.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Umbanda = Religião originada na assimilção de elementos culturais afro-brasileiros pelo espiritismo.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Umbanda = magia, arte de curar.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
Umbanda = Ciência de Quimbanda. Medicina. Arte de curar. Tratamento preceituado por quimbanda. Cerimônia ou prática ritual (efetuada por quimbanda). Ritual. Magia. Brasil= Seita (ou mesmo religião) originada do sincretismo do catolicismo, culto africano e de candomblé, ocultismo e espiritismo, fundamentalmente assentado na existencia de Deus e na crença da reencarnação, podendo pela sua plasticidade, incorporar elementos de outras religiões.
Termo multirregional também sendo deturpado de oumbanda.(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)

OBSERVAÇÃO = Em sua gramática, Helli Chatelain classifica os nomes pertencentes a classe IV, os que iniciam-se pelo prefixo "U", sendo que umbanda pertence a esta classe de nomes. O prefixo U diz ele, serve para a formação de nomes abstratos, que significam qualidade característica ou oficio do ente representado pelo nome concreto de que o abstrato deriva. Assim, umbanda seria a arte ou ofício do Kimbanda, nome este que veremos a seguir.

Quimbanda = Curandeiro-adivinho. Necromante. Exorcista. Mago. Por extensão-Médico. Benzedeiro. Todo aquele que busca a anunciação e interpretação dos fatos, através dos mais variados processos.
O quimbanda trata as enfermidades diagnosticadas por adivinhação, debela os azares, restabelece a harmonia conjugal ou provoca a inimizade, concede poderes para o domínio do amor ou para a anulação de demandas. Embora não seja esse o seu verdadeiro mister, também pode causar a morte.
Nas matas ou campos, aonde vai em busca de plantas medicinais, oferenda, antes da colheita, à região e ao solo, isto é, aos seres sobrenaturais que habitam esses lugares, ou uma moeda, ou vinho, ou quitoto-maluvu, dizendo: "Antepassados, tributei-vos, vim desvendar remédios." Se não reverenciar essas entidades, ou não vê o que procura, ainda que abertamente exposto, ou o produto se lhe torna ineficaz.
Termo kimbundu de Kubanda=desvendar(Ilundu-Espíritos e Ritos Angolanos-de Óscar Ribas)
Kimbanda = Curandeiro, charlatão, magico.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

OBSERVAÇÃO= É evidente que o significado de "charlatão" é devido a uma visão de cunho pessoal.
No Brasil, Quimbanda passou a ser conhecido como sendo o ramo do espiritismo ligado a magia negra.

Dengue = birra ou choradeira de criança.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Ndenge = Pequeno, menor, inferior. Criança.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Muxiba = 1-Carne magra para cães. 2-Pelancas.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Muxiba = Artéria, veia, nervo.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Catinga = Bodum.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Katinga = Bodum.(palavra do Kikongo).(Dicionário Português-Kimbundu-Kikongo-de Padre Antonio da Silva Maia).

Maxixe = O fruto do maxixeiro(cucurbitácea de frutos comestíveis)(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Maxixe=plural de rixixi, planta cucurbitácea.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Capanga = 1-bolsa pequena que se usa a tiracolo. 2-Pequena bolsa de mão, usada sobretudo por homens. 3-valentão posto ao serviço de quem lhe paga; guarda-costas, cabra, jagunço.
Kapanga = entre o sovaco.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)
OBSERVAÇÃO 1 = Teria Kapanga dado origem para a denominação Capanga como bolsa pequena, inicialmente devido a observarem a forma como a mesma era carregada (entre o sovaco)?
OBSERVAÇÃO 2 = O prefixo Ka, não só expressa o diminutivo, como muitas vezes, inicia alguns nomes que fazem referencia a ofício ou ocupação de alguém. Assim é que temos a palavra Kabila(pastor-criador de gado, derivado do verbo -bila=criar). Provavelmente Kapanga é um caso semelhante, em que temos o prefixo KA ligado ao verbo do kimbundu -banga=lutar, brigar (-panga no dialeto omumbuim), e seria portanto Kapanga, aquele que luta, que briga, lutador, brigão. Já se pensarmos no prefixo Ka, determinando a forma diminutiva, poderíamos dizer que Capanga, seria derivado do diminutivo de Pange(irmão).
Fonte: o texto foi retirado integralmente do site: http://www.linguakimbundu.com/palavras2.html

sábado, 24 de julho de 2010

A lei

Trecho da LDB com as alterações da 11645/08

§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia.

§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)

§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).

§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).

§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Visitei o blog de uma colega do curso de mídias educacionais onde foi publicado um projeto da Escola Domingos Barros de Azevedo no domingosbarrosdeazevedo.blogspot.com, é muito interessante e trata da questão do ensino de África nas escolas passa lá e dá uma conferida!!!

Ilê! Pérola Negra (O Canto do Negro)

Daniela Mercury


O canto do negro
Veio lá do alto
É belo como a íris dos olhos de Deus, de Deus
E no repique, no batuque
No choque no aço
Eu quero penetrar
No laço afro que é meu, e seu
Vem cantar meu povo
Vem cantar você
Bate os pés no chão moçada
E diz que é do Ilê Ayê
Lá vem a negrada que faz
O astral da avenida
Mas que coisa bonita
Quando ela passa me faz chorar
Tu és o mais belo dos belos
Traz paz e riqueza
Tens o brilho tão forte
Por isso te chamo de Pérola Negra
Ê, Pérola Negra
Pérola Negra Ilê Ayê
Minha Pérola Negra
Lá vem a negrada que faz
O astral da avenida
Mas que coisa mais linda
Quando ela passa me faz chorar
Tu és o mais belo dos belos
Traz paz e riqueza
Tens o brilho tão forte
Por isso te chamo de Pérola Negra
Com sutileza
Cantando e encantando a nação
Batendo bem forte em cada coração
Fazendo subir a minha adrenalina
Como dizia Buziga
Edimin
Emife Nagô Dilê
Edimin
Emife Nagô Dilê
Ê, Pérola Negra
Pérola Negra, Ilê Ayê

Minha Pérola Negra

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ilê axe Opõ Afonjá

Na comemoração dos 100 anos do Ilê Axe Opõ Afonjá fundado em 1910 haverá um encontro de secretários de educação dos municípios da Bahia para discutir a lei 11645/08 que estabelece o ensino de História da África e cultura Afro-brasileira. No Afonjá funciona uma escola a Eugenia Anna dos Santos que é referencia nacional na aplicação da lei.

domingo, 18 de julho de 2010

mundoafro

Encontrei um site muito interessante com notícias relacionadas ao mundo afro na bahia e no planeta é um site do jornal a tarde mundoafro.atarde.com.br, vale a pena conferir.

domingo, 11 de julho de 2010

Africa

Todos nós sabemos do papel importante que a África tem na construção da nossa identidade . Mas a imagem que se tem do continente é repleta de antigos estereótipos. A escola exerce função importante na continuação desta imagem. Estudos com base em livros didáticos mostra que o ensino da história do continente ainda não é satisfatório. A tese de doutorado "A História da África nos Bancos Escolares: Angola, Brasil, Cabo Verde e Portugal" do historiador Anderson Oliva analisou capítulos específicos sobre História da África anterior ao século 19 em manuais escolares destinados aos quatro últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª séries). Das oito obras, quatro fazem parte da lista que o Ministério da Educação (MEC) indica para as escolas públicas e outros quatro são adotados por escolas privadas. Os maiores problemas são simplificações e generalizações . Com isso,perpetua-se as idéias falsas sobre o continente e suas populações.Séculos de história e muitos grupos étnicos são identificados apenas como os bantos e os sudaneses. O critério utilizado é o das línguas faladas na região em questão.É claro que isto não é real, afinal os povos africanos não são só a sua lìngua, são religião, festividades, expressões, musicalidade. É um tipo de generalização comun não só a história da África como a história dos povos pre- colombianos da América. Por outro lado estudamos, desde crianças até nas universidades, toda a história da europa com suas divisões de ingleses, franceses, italianos. As guerras, a antiguidade romana, as revoluções, a idade média européia. Como se os povos da America só existissem a partir do "descobrimento" invasão, a nossa história é a história da Europa, somos o resultado desta e não um povo com uma história unica e antiga. Na África acontece o mesmo, e ainda não se fala do genocídio europeu neste continente no século XIX. Bem, a história padece de uma doença; o eurocentrismo, e precisa se curar, cabe a nós professores e professoras de história correr atrás desta injustiça com os outros povos do planeta com vidas tão fascinantes quanto a dos europeus.